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30/04/2017

No ventre do tempo


Agora a casa está vazia, 
Há muito tempo está.
Exceto as folhas das plantas que tremem ao vento.
Decorre a vida neste outono
e o pensamento é um esboço de palavras soltas.
Germinam versos no ventre do tempo.
Nas paredes o silêncio dos retratos.
Na janela uma poesia, um gato observando destinos ao por do sol.
Uma fruta arde no fogo: Aroma doce.
Quem dera fossemos;
Mensagens não lidas, retas que se curvam, notas musicais...
Ou pássaros sem ninhos, personagens sem estórias.
Amargos ou doces, simples escolhas nesta transversal.


Alba Simões

21/09/2016

A eternidade do instante

As coisas tem o tempo que tem.
Indagações diante de um luar submetiam um reflexo de mim e a imagem criada de outros...
Para  o meu reencontro era preciso suavemente escravizar-me aos sentidos, cruelmente inevitáveis...
Uma fórmula de acreditar no amor e em suas contradições. 
Não este amor carnal e de egos.
Há tempos guardei dentro de uma caixinha de música - 
Estes amores de transes e de noites mal dormidas.
Sobrevivi  as contradições e as feridas...
Era preciso ultrapassar  a vaidade e as compaixões.
Nascia em mim uma ternura incompreensível.
E eu compreendi a eternidade de um único instante!
Alba Simões

19/12/2015

Sabe aquilo que deixei?

Um tigrinho preto
abandonado e manco um filhote
Alimentei-o, e eu era nada
Num palco azul, quase que distante, surge um Leopardo
Anoiteceu um mistério de mãe, que deixa seu rastro e vaga...
Sabe aquilo que deixei?
Um espelho, uma vida, e sonhos adormecidos.
Um elo, um eco é um vazio de reflexos sem respostas.
Alba Simões

26/09/2015

Mundo Inventado

Deixo o mar esculpir a pedra, adormeço numa caverna sem tempo ou memórias.
Fico como uma ostra perdida, na dor que se faz a pérola.
Este é meu mundo real, onde habitam todos meus personagens: Os bons e os maus.
Os bons me aconselham a retidão e o silencio, os maus me convidam ao mergulho em busca de alimentos...
Muito longe ficaram as cidades perdidas, os loucos engaiolados na matéria.
Minha alma está em paz, há uma parede invisível que me separa.
Vejo tudo o que não me faz mais sentido: As coisas acumulam poeira, as coisas estão sempre sujas, e todas estas coisas tem um preço.
E neste mundo os loucos se deslumbram por coisa que brilham nas vitrines, coisas que depois de adquiridas perdem o brilho, em pouco tempo viram entulho, e como nós viram pó.
Porque este frenesi em adquirir consumir, construir, demolir é implantado pela Matrix de um sistema caótico.
E ainda tem as embalagens para o desespero dos consumistas, e as malditas etiquetas nos lugares mais impróprios das roupas.
Aquelas que coçam na nuca ou na lateral das costelas...
O aspirador de pó ligado, um celular tocando e os ponteiros te mostrando que você sempre está atrasado.

”A melhor maneira de sair do inferno é saber onde fica a porta da entrada”.


Alba Simões
( Mundo Inventado – Setembro 2015 )


07/09/2015

Para você que não me leu.

Para você que não me leu.
Hoje choveu e lavou portas e janelas infinitas...
E pelos telhados quebrados adentraram anjos e estrelas.

As horas pareciam parar, entre memórias e mantras.Para você que não meu leu, era setembro e já brotavam as coisas que um dia vou te contar.

Alba Simões

19/03/2015

Ecos e Elos


Nos escombros do cotiano, há poemas soterrados...
Estamos todos cansados pra remover pedras seculares.
Sepultamos nossos ideais,vestindo as máscaras deste sistema cabotino.
E o que nos resta?
Deixar que a poeira se acumule as rochas intransponíveis?
Sair de soslaio pelas portas demolidas, voar pelas arestas das janelas sem noites...
Porque a razão aniquilou as serenatas dos cancioneiros...
Nossas ruas não tem mais esquinas, nosso palco fechou as cortinas.
Nossos amores uniram-se ao útil que lhes restaram.
Nossos amigos agonizaram num telefone sem fio.
Estou a beira, com um poeta que conheci sentado na soleira.
Ele apenas canta sem rumo,há muito tempo esvaziou-se dos elos,
e não leva nada na algibeira!


Alba Simões

20/01/2015

Ela lambia os meus pés...


Ela lambia os meus pés. Enquanto eu cozinhava.
Peito de frango, eis que eu preparava seu prato preferido!
A febre do calor ultrapassava 40 graus...
Meu suor pingava da testa, escorria pelo meu rosto e salgava o cardápio principal da Juliana.
E meu tempo esquecido marcava as horas que não voltariam, jamais.
Amei Juliana neste exato instante, em que ela suplicava comida caseira.
Pensava que eu era um animal, que às vezes engolia qualquer porcaria pré-fabricada, uma coca cola uma mídia sangrenta, e talvez depois caia febril numa cama que por mais limpa abrigava milhares de ácaros... E no dia seguinte, me cabia um mundo absurdo de cumprir metas.
Para manter o meu emprego. Isto, não me sustentava a alma.
Juliana se viraria caçando insetos, talvez a minha ausência lhe devesse um breve adeus...
E Deus estivera presente neste suor, neste prato feito com amor, mesmo que fosse para servir um gato. Talvez este Deus esteja se manifestando nesses 40 graus, para que o poeta suporte a plenitude do céu.
Alba Simões


09/03/2014

Velhos Quadros


O tempo é este corredor de cores
Entre palavras perdidas, pincelando velhos quadros,
reconstrói amores fugidios...
Esboça nesta tela sedenta, a cor do sangue!
Veste tudo que é vida com este desejo que não sabe o que quer, e também pode ser a morte.
Desconstrói o infinito, porque tem fome de estrelas, de templos e catedrais!
O tempo é um eco sem voz.
É memória, é história, é este exato instante.
É o traço, é o rebento e o rastro...
O tempo toca o tempo todo - Inexoravelmente!
Alba Simões

23/02/2014

Solidão disfarçada de alegria


No corte profundo das despedidas, os sonhos cicatrizam os amores não vividos.
As sombras se revelam nos corredores impróprios...
Máscaras das vaidades profanas dançam na escuridão.
Ilusões que cegam almas!
O peso hostil deste cotidiano cansado, nos arrasta pelas transversais vazias.
É um luxo que sobe escadas, para se atirar das janelas...
Neste vai e vem, onde quase tudo entorpeceu, constata-se:
Solidão disfarçada de alegria!
Alba Simões

06/10/2013

Aborto In Consagrados.

Aborto...
Dos desenganos e tormentos.
Pensamentos e lamentos.
Dos rituais in consagrados.
Da falta de cuidados com o amor
Aborto ao despudor das ironias das vidas vazias...
Quanto dói e sangra esta poesia.
Que não nasceu no seu coração petrificado.
É um carma?
Ou será uma manhã incógnita, onde uma palavra eternamente adormeceu...
Este é o meu aborto sem culpas...
É a minha Ode ao seu poema, que em mim morreu!
Alba Simões

05/10/2013

Contrastes Inversos

Assim como a lua brilha,
o sol me alucina.
Arde e aquece...
Que não tarde a exortação dos poetas!
Aqueles que se perderam no
desenredo deste mundo conturbado!
Que Deus nos salve, destas metas 
hipócritas, onde os idiotas se iludem...
E a vida se incube em destinos.
O desatino é esquecer a essência e 
adormecer um verso nestas lindas noites de luar!
Aqui deixo meu beijo, a todos!
São poucos, mais são lindos e 
essenciais.
Alba Simões

13/03/2013

Os Quarenta e um Tons de Tom

Águas de Março, consagrada composição de Tom Jobim eternizada na voz de Elis Regina, e outros grandes interpretes...Completa 4 décadas!
Exatamente quarenta e um anos de seu lançamento no ano de 1972.
Saudações de um tempo repleto de talentosas criações, onde os tímpanos ainda eram saudáveis!
Exceto a tirânica ditadura,que tentava amordaçar as mentes livres e brilhantes!
Pois é Tom, acertou num tiro certeiro, do belo horizonte ainda nos restam:
Um fundo do poço, a garrafa de cana, o estilhaço na estrada...
É como se no fim do caminho, e neste mistério profundo, vibrassem nas águas deste março, que os poucos ouvidos jamais se esquecerão!
Profetizou o poeta, em seu  compasso desritmado e contraditório.
Onde se evidencia que o fim do caminho, é estar um pouco sozinho...
Convalescendo de uma febre terçã, na melodia que lava as palavras, numa conversa ribeira,um conto de tamanha leveza e intensidade...
Dizer mais o que? 
É o Tom, em sua maestria...
E para um belo horizonte...
É desligar o rádio e a TV.
São as águas de março fechando mais um verão...
Chove e nada mais se vê.
É um espinho na mão, é um corte no pé...
Será o fim do caminho?
Falando de música, de cultura, de arte.
Haja passos e pontes!!!
Para que atualmente, possamos encontrar alguma pérola de tamanha genialidade poética!
Como diz Rita Lee, a nossa rainha roqueira: " Tudo vira bosta ".
É o funk, é o BBB, é a cabeça vazia, é um não sei porque.
É o fim da picada, é a lama é a lama.
 Alba Simões
Para saber mais detalhes sobre vida e obra do Maestro Tom Jobim acesse o Link:http://pt.Wikipedia.org/wiki/%C3%81guas_de_Mar%C3%A7o

04/03/2013

A Palavra Nua que te Beija

Renascida sobre as pontes desmistificadas,
trilho um caminho novo!
Um sorriso pra você, que me lê. 
É isso que lhe posso oferecer, sou renascida neste dia 
no alvorecer...
Acordei sem saber, porque aqui estava.
Talvez por causa do amor.
Se você me achar simplória ou ingênua, me deixe Ser.
Quando eu aprender falar de amor, que dizem os adultos, ser uma palavra tão  complexa,escreverei com leveza e intensidade!
Quando eu puder compreender o mundo, eu voltarei...
Verso solto e liberto!
Palavras sem vertigens.
Serei um poema compreendido, para além das estrelas...
Para você que me lê, transcenda!
Não sou a voz do poeta, sou a palavra nua que te beija!
Alba Simões

28/02/2013

A ponte de um Segredo

Ao meu verso esquecido, naufragarei como um navio antigo.
Neste mar de lamentos, meu tormento da palavra que se cala.
Desta folha em branco que me olha e entre-olha, em desafio
Paradoxo desatino.
Grito mudo, do meu espírito escrito!
É bálsamo que me purifica, e me liberta em silencio!
Onde se esconde este poeta, que sem a palavra
se perde no tempo e sangra sem destino?
Rogo que venha-me o rebento, estou sem ar, sem sangue, sem vida...
Não é a inspiração...
Foge a árdua criação que me sacia, e como uma catarse me recria.
Neste branco desespero, sacrifício latente do oficio, que agora
é velado...
Eu suplico, a cada letra absorvida,a cada palavra fugidia, o perdão dos meus excessos de  amor,e a fúria  dos meus medos nelas contidas...
Dos meus enganos nas linhas tortas, das minhas metáforas equilibristas.
Se morrem os poetas que me habitam, deixo tudo...
Não farei mais da minha dor, a  ponte de um segredo...
E como apelo final deixo meu ventre e minha alma, como um ritual de oferenda.
Para que  eu possa parir nesta impiedosa folha, sentir ressuscitar como um milagre:
Um verso, uma canção, até a minha póstuma poesia.
E que ao nascer, ela simplesmente lhe sorria!

Alba Simões

15/01/2013

Entre Fadas e Dragões

Quero uma palavra despida!
Um futuro sem números, instantes sem mortes.
E vejo numa estrada de mão única, os apelos do destino de uma vida...
As chuvas lavam o passado, o sol aparece tímido entre as nuvens de janeiro.
No céu o espetáculo das cores do arco iris.
Promessa divina que sempre se cumpre.
É a vida em seu recomeço!
É o instante que sempre nasce.
E nos acolhe, nos alegra, como aquela flor que brota,
num velho jardim esquecido...
A antiga estrada, está mudada.
E os campos que as norteiam, são vastos...
Retiro a ferida dos olhos do dragão.
Descobri que ainda existem fadas, mesmo em reinos desencantados.
Agora eu não planto mais as velhas sementes e palavras, elas simplesmente brotam como os milagres naturais.
Pequeninos insetos defecam na terra a semente que os nutrem.
E eis que surge a  nova semente - já adubada.
A colheita certamente será cada vez mais abundante.
Então é isso - Há vida em tudo!
Mesmo no silêncio que parece um corte profundo.
É encontrada a palavra, que se despi para um novo mundo!
Alba Simões

16/12/2012

Nua Diante de Deus

Era um sábado chuvoso, o telefone interrompeu as minhas corriqueiras divagações.
Do outro lado da linha, um vendedor de voz rouca e um tom de cinismo, me oferecia vantagens em comprar "Máscaras em Promoções".
Mas que diabos!!! - Pensei, nem chegara janeiro e já queriam vender adereços de carnaval?
Eu que sempre abominei esta festa, iria dar ouvidos para aquela bobagem?
Não quero nada - Respondi, e num surto de raiva,e desliguei o aparelho.
Minhas divagações mudaram de rumo, e no percurso inquieto dos meus pensamentos, ocorreu-me a estranha ideia:
- Por acaso poderia ser que aquele individuo pudesse me oferecer algo mágico, como um outro rosto, e com este rosto eu poderia fingir para eu mesma, ser outra?
Resisti a esta tentação transversal e turva...
Fui até a cozinha, fiz um café, sentei-me a mesa e fiquei a observar as frutas de cera que enfeitavam a fruteira.
Como seria experimentar o gosto de uma fruta de cera?
O que faziam ali aquelas frutas, estariam se mascarando para não serem devoradas?
Nada fazia sentido...Estava resolvida a retirar tudo que era artificial daquela casa...
Eu me deixo ser por enquanto.
Quero ser eu mesma!
Com esta solidão que me preenche, esta felicidade que eu invento.
As coisas que eu guardo neste vasto baú que chamamos de memórias...
Mas tudo era uma alegria disfarçada, como as máscaras de plástico e as frutas de cera.
E eu não admitia ser um disfarce!
A chuva estava feliz, aproveitei o momento propício e aconchegante
para fazer as pazes comigo, e me perdoei por não conseguir te esquecer.
Também  não tive medo de ver o meu rosto, apesar do cansaço que refletia...
E percebi que a máscara que eu usara, não estava fora de mim, o que estava fora de mim era tudo verdade, porque era o que eu sentia.
Constatei: O rosto, e o cansaço que refletiam no espelho não eram meus. 
Me senti nua diante de Deus.
Estava declarando o meu amor para a vida.
Estava aprendendo a viver sem a necessidade de possuir.
Vi coisas e pessoas tão reais, que não queria mais fechar os olhos...
Enquanto eu tentava compreende-las, eu simplesmente não existia...
Eu fizera uma grande descoberta sobre mim...
E  apenas chorei, sem pensar em mais nada.
E finalmente libertada, me senti em estado de glória e de 
volúpia... 
Eu estava nascendo!
Alba Simões

12/12/2012

Hoje é um dia bom pra se viver!

...Existe uma esperança que sempre nos habita. 
E apesar das horas breves e de toda efemeridade que há por fora,
uma parte dessa nossa humanidade ainda sonha.
Por vezes somos doçura, esvaziamos os potes de cólera que nos envenenam e levemente nos religamos a mágica essência de viver em harmonia.
A contagiante alegria , que nos invade, quando abrimos as janelas da alma
e constatamos:
Hoje é um dia bom pra se viver!
Talvez por esta esperança, ou pela força e coragem que nos é inerente,
nos tornamos uma espécie sem limites aos apelos da sobrevivência e da felicidade a qualquer preço.
E o que é felicidade, como encontrá-la?
Tão simples e tão complexa esta palavra, que queremos freneticamente comungar a cada segundo de nossa existência.
Somos seres fugazes e imperfeitos, mas também somos capazes de decidir e traçar o nosso destino.
Pode nos parecer uma tarefa árdua e difícil, escolher entre toda nossa humanidade e selvageria!
Desde remotos tempos, temos visto mais clemência entre os animais irracionais do que dentre a nossa espécie.
E tristemente concluímos:
Quanto menos se sabe, mais se é feliz!!!
Mas façamos de cada dia, um novo ciclo, podemos evolucionar este velho conceito, aliando a nossa sabedoria, a nossa capacidade de amar e respeitar incondicionalmente.
Sem adiarmos nossa conduta humana para o próximo ano, o próximo mês, a hora é agora!
Tornando cada segundo, um elo positivo a  agregarmos aos dias vindouros.
E que assim possamos comemorar, sem aqueles antigos costumes irônicos, a chegada de mais um ano novo.
E que depois da meia-noite, estejamos livres dos antigos erros e enganos!
Antes de desejar-lhes um Feliz Ano Novo:
Desejo a todos um excelente dia!
Alba Simões
("...A gente se engana e pensa que é a gente mesma que está relinchando de prazer ou de 
cólera. A gente se assusta com o excesso de doçura do que é isto pela primeira vez. "
Clarice Lispector )

04/12/2012

Palavras Despidas

O meu sonho, navegante vai...
Dançarino, viajante e contente
como a nua expressão da minha alma.
Cavalga sobre todos os instantes...
E flutua rindo como um Pégaso.
Desmaia numa noite de eclipse,
e dança com a estrela ao meio-dia...
Sente a vida impetuosa e satisfeita,
na implacável verdade do sol.
O meu poema sussurra no abismo em silencio.
Desejo desta luz, a minha extrema profundidade!
Transcede o longínquo futuro, que nenhum poeta viu.
Vai para além destas palavras despidas.
Vai para além destas catedrais de parábolas e fantasias.
Vai para além do amor e da morte.
E perpetua-se neste palco inventado,
entre as cenas desta vida!!!
Alba Simões

16/11/2012

Assim caminhamos...


Assim caminhamos...
A esperar o amor
A ler e a reler o ócio do sistema que nos aflige
Trancamos as janelas da dor
Para fantasiar a vida com os laços desfeitos
E a conviver com um amanhã de incertezas
A passos largos, sob um céu de promessas, a beber com as estrelas
Assim caminhamos...
A engolir banalidades e acreditar nas cidades vazias
Talvez porque tudo é progresso, é veloz e feroz e temos que competir, 
pelas regras impostas - mesmo com os olhos vendados...
Depois de um dia inteiro, sem tempo pra estancar
os olhos precipitados da infância descalça
que atravessa os sinais, implorando esmolas
Da juventude atordoada, e da velhice esquecida...
Voltamos para casa, como trapezistas de um circo transformado
E assim vamos tropeçando nos absurdos inventados pelos ideais 
corrompidos, por vaidade ou covardia...
Reinventamos crenças, e reviramos as gavetas, procurando as 
gravatas sem remorsos
Questionamos, sem querer realmente saber as respostas
Estamos sempre com a livre consciência que se submete e cala
E artificialmente paralisados, vamos abrindo mão da nossa essência
Nos disfarçamos dentro de tudo, em meio a todos,
para nos sentirmos vivos!
E cansados, inevitavelmente não conseguimos fugir
E assim fingimos que nos acostumamos
Sem ao menos uma pausa - 
Caminhamos como equilibristas
Antes e depois: Da transversal do fim!
Alba Simões

24/10/2012

Antes do fim do mundo


No caís deixo a  saudade, 
As paixões e as lembranças...
E no mar - Minhas lágrimas sem destino.
Como as algas que flutuam. 
Deixo levar meus pensamentos...
Sem retratos, sem poemas.
O tempo me vale.
Triunfa como cada minuto de um rebento! 
Porque sei que nada levaremos,
além desta esperança.
Talvez um amor perfeito.
Esperarei no colo do acaso, nas margens de um rio...
Que passa e deixa um veleiro ancorado.
Alma cálida, leve, vertigens sem apegos.
Navegante das incertezas.
E antes de mim, tudo era...
Assim será depois...
Depois do  fim.
Alba Simões