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26/08/2011

O Teatro Brasileiro e a Censura


Na década de 70 a censura imposta pelo governo militar chega ao auge. Os autores são obrigados a encontrar uma linguagem que drible os censores e seja acessível ao espectador.
Nessa fase, surge toda uma geração de jovens dramaturgos cuja obra vai consolidar-se ao longo das décadas de 70 e 80:
Destacamos os autores abaixo relacionados e suas respectivas peças que tiveram seus textos tolhidos pelas ordens ditatoriais:
Mário Prata (Bésame mucho),
Fauzi Arap (O amor do não),
Antônio Bivar (Cordélia Brasil),
Leilah Assunção (Fala baixo senão eu grito),
Consuelo de Castro (Caminho de volta),
Isabel Câmara (As moças),
José Vicente (O assalto),
Carlos Queiroz Telles (Frei Caneca),
Roberto Athayde (Apareceu a margarida),
Maria Adelaide Amaral (De braços abertos),
João Ribeiro Chaves Neto (Patética),
Flávio Márcio (Réveillon),
Naum Alves de Souza (No Natal a gente vem te buscar)
Não poderíamos deixar de citar obras que também marcaram esta época:
Como as montagens feitas, em São Paulo, pelo argentino Victor García: ''Cemitério de automóveis'', de Fernando Arrabal, e ''O balcão'', de Jean Genet.
Quando nesta última, ele chega a demolir internamente o Teatro Ruth Escobar para construir o cenário, uma imensa espiral metálica ao longo da qual se sentam os espectadores. 
Nas próximas semanas estaremos publicando vídeos sobre estes espetáculos, edição de reportagens, trechos destas maravilhosas obras e seus respectivos autores.
Quem quiser colaborar com a edição desta série e possua algum material inédito ou mesmo já veiculados sobre estas peças teatrais, pedimos que entrassem em contato.
Pois é de relevante importância para o resgate e a divulgação da nossa memória cultural!
A proposta estará aberta até o final do mês de Setembro para possíveis colaboradores.
Em retribuição divulgaremos os seus links ou sites.
E também empresas e eventos, profissionais da área artística, como forma de agradecimento!
A nossa Historia, a nossa Arte e a nossa Cultura é o grande patrimônio que devemos preservar para as gerações futuras!
By Arte e Café

07/06/2011

Criação da Fundação Teatro Municipal de São Paulo

Teatro Municipal de São Paulo reabre as portas para o público em junho
Lucas Nobile - O Estado de S.Paulo
O prefeito Gilberto Kassab (PSD) sancionou na manhã desta sexta-feira, 27, a lei de criação da Fundação Teatro Municipal de São Paulo. No evento, realizado na prefeitura, com a presença de diversos secretários municipais, como o da cultura, Carlos Augusto Calil, também foram anunciadas a programação para o ano e a data de reabertura do teatro, marcada para 10 e 11 de junho, para convidados, e dia 12 do mesmo mês, para o público.
Teatro completa cem anos no dia 12 de setembro
Na cerimônia, também foi apresentado pelo secretário municipal de Desenvolvimento Urbano Miguel Bucalém o projeto de construção de um estacionamento que ficará nas esquinas das ruas 24 de Maio e Conselheiro Crispiniano. O edifício, com área total de 12 mil m² e nove andares, atenderá o público no entorno do teatro e também terá uma passagem subterrânea com acesso direto ao Municipal.
O teatro, que havia passado por reformas em 1956 e em 1988 (até 1991), completa cem anos no dia 12 de setembro e está fechado desde julho de 2008 para reformar a fachada e o interior, com destaque para o palco e a parte cenotécnica, considerada obsoleta e que impedia, por exemplo, que óperas e outras grandes produções pudessem ser apresentadas. “Como vocês sabem, o principal o atraso nas obras do palco é que trouxe a reabertura a esta data. Tivemos dificuldades na licitação da reforma do palco, mas agora poderemos ter um aumento da produção artística e receber espetáculos mais complexos. Trata-se de uma tecnologia que nós ainda não dominamos, mas nosso funcionários acompanharam todo o processo e estarão aptos a desempenhar suas funções”, disse o secretário municipal de Cultura, Carlos Augusto Calil.
Fonte: O Estado de S.Paulo
Fotos e curiosidades na reportagem completa:

05/03/2011

Carnaval: Fantasia ou Realidade?

A jornalista Rachel Sheherazade, do Tambaú Notícias, tece comentário polêmico acerca das festividades de Carnaval.
Você  concorda com a opinião da Jornalista Raquel Sheherazade, ou não ?
 Comente, qual sua opinião ?

29/06/2010

A exceção e a regra Bertold Brecht

Em diversos momentos da formação social da humanidade passamos por crises que causaram a detração do direito primordial do homem à democracia. Nesses momentos, poucos realmente se levantaram contra essa opressão e fizeram de seu pensamento, uma luz de esperança para aqueles que necessitavam. É nesse ponto em que a vida e obra de Bertold Brecht expressa toda sua riqueza e importância para nossa sociedade moderna e para suas futuras gerações. O dramaturgo foi um militante e intelectual que dirigiu todos seus esforços para a construção da liberdade de pensamento e manutenção de uma sociedade mais justa, em defesa dos oprimidos.
Discutir a vida e obra de Bertold Brecht é fazer uma reflexão incontestavelmente humana e ácida sobre uma sociedade moderna e indiferente. Somos colocados diante de uma obra que nos leva a uma posição questionadora dessa realidadeconcreta em que vivemos. A obra do dramaturgo mundialmente reconhecido reflete a luta contínua e inconfundível do ser humano sensibilizado por uma sociedade verdadeiramente livre.
A obra de Brecht entrelaça-se e é influenciada radicalmente pela vida conturbada levou em seu tempo. Nascido em 10 de Fevereiro de 1898, em Augsburgo na Alemanha, Bertold Brecht logo entraria em contado com os fatos que certamente o tornariam um defensor das causas humanas: a Primeira e Segunda Guerra Mundial. 
As influências desses tempos sombrios na vida de Brecht não são uma casualidade qualquer. O dramaturgo serviu como enfermeiro na primeira guerra mundial, e com essa experiência teve contato com o que pior a guerra pode oferecer: a  fome, a repressão e os massacres. Estas experiências afetaram profundamente seu estilo livre  de denunciar as atrocidades cometidas pela humanidade.
A forma militante de escrever e criticar a opressão sobre sociedade daqual fazia parte, juntamente com a sua conversão ao socialismo, provocou uma intensa perseguição do regime nazista. Tal repressão levou o autor apassar diversas dificuldades de ordem financeira e de segurança que posteriormente levou ao exílio.

12/05/2010

Para não esquecer a história

Uma viagem num trem de luxo para conhecer museus na África do Sul mostra o quanto a nação mais desenvolvida do continente luta para aceitar o peso do seu passado.
Na semana passada, utilizei um meio de locomoção antiquado, o trem. O Shosholoza Meyl Premier Classe, que, pela primeira vez desde a minha infância, deixou-me entusiasmado com o transporte ferroviário. Sentei-me no sofá-cama de um compartimento privado, com ar condicionado, cabine, roupão, espelho, mesa e tomada elétrica. No trem havia um vagão-restaurante, as mesas com toalhas brancas, talheres de prata e taças de vinho.
Ao levantar a veneziana de aço, observei a sujeira urbana da Park Station de Johannesburgo, os apartamentos de Newtom, estações de metrô como Braamfontein, onde os negros esperavam os trens metropolitanos que hoje contrastam brutalmente com o tratamento mimado recebido pelos turistas.
Passamos por subúrbios e townships (favelas), ruas de cidades, por áreas verdes e outras com pilhas de material de mineração. No percurso, um depósito de ferro-velho com uma montanha de lixo, em seguida uma casa cor-de-rosa emoldurada com um perfeito arco-íris. Deixamos a cidade e logo depois já estávamos na savana sul-africana, contemplando a paisagem brilhando na luz, antes do anoitecer. Tudo isso me provocou um novo olhar sobre a África do Sul.
Desembarquei na estação ferroviária de Kimberley com a sensação de ter voltado no tempo. Visitei a mina De Beers que tornou Kimberley a maior produtora de diamantes do mundo e foi a precursora da revolução industrial do país. A mina fechou em 1914 e hoje é uma atração turística conhecida como The Big Hole (O Grande Buraco). Ali você pode chegar a uma plataforma para vê-lo sobre uma cratera de 214 metros de profundidade com um perímetro de 1,6 quilômetro.
Cenário. Mas o mais tocante é a antiga cidade minerária ao lado, que foi preservada, uma combinação da cidade original e edifícios que são uma réplica da época da corrida do ouro, quando milhares de garimpeiros afluíram em massa para o local com suas pás e picaretas, desesperados. Isso está vividamente detalhado ali, e a sensação é de uma cidade fantasma do Velho Oeste, ou de um parque temático cenário do filme Westworld, de Michael Crichton.

03/05/2010

Lya Luft - Depoimentos da Autora

"Sou dos escritores que não sabem dizer coisas inteligentes sobre seus personagens, suas técnicas ou seus recursos. Naturalmente, tudo que faço hoje é fruto de minha experiência de ontem: na vida, na maneira de me vestir e me portar, no meu trabalho e na minha arte/ Não escrevo muito sobre a morte: na verdade ela é que escreve sobre nós - desde que nascemos vai elaborando o roteiro de nossa vida/ O medo de perder o que se ama faz com que avaliemos melhor muitas coisas. Assim como a doença nos leva a apreciar o que antes achávamos banal e desimportante, diante de uma dor pessoal compreendemos o valor de afetos e interesses que até então pareciam apenas naturais: nós os merecíamos, só isso. Eram parte de nós./ O amor nos tira o sono, nos tira do sério, tira o tapete debaixo dos nossos pés, faz com que nos defrontemos com medos e fraquezas aparentemente superados, mas também com insuspeitada audácia e generosidade. E como habitualmente tem um fim - que é dor - complica a vida. Por outro lado, é um maravilhoso ladrão da nossa arrogância./ Quem nos quiser amar agora terá de vir com calma, terá de vir com jeito. Somos um território mais difícil de invadir, porque levantamos muros, inseguros de nossas forças disfarçamos a fragilidade com altas torres e ares imponentes./ A maturidade me permite olhar com menos ilusões, aceitar com menos sofrimento, entender com mais tranquilidade, querer com mais doçura./ Às vezes é preciso recolher-se".