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13/03/2013

Os Quarenta e um Tons de Tom

Águas de Março, consagrada composição de Tom Jobim eternizada na voz de Elis Regina, e outros grandes interpretes...Completa 4 décadas!
Exatamente quarenta e um anos de seu lançamento no ano de 1972.
Saudações de um tempo repleto de talentosas criações, onde os tímpanos ainda eram saudáveis!
Exceto a tirânica ditadura,que tentava amordaçar as mentes livres e brilhantes!
Pois é Tom, acertou num tiro certeiro, do belo horizonte ainda nos restam:
Um fundo do poço, a garrafa de cana, o estilhaço na estrada...
É como se no fim do caminho, e neste mistério profundo, vibrassem nas águas deste março, que os poucos ouvidos jamais se esquecerão!
Profetizou o poeta, em seu  compasso desritmado e contraditório.
Onde se evidencia que o fim do caminho, é estar um pouco sozinho...
Convalescendo de uma febre terçã, na melodia que lava as palavras, numa conversa ribeira,um conto de tamanha leveza e intensidade...
Dizer mais o que? 
É o Tom, em sua maestria...
E para um belo horizonte...
É desligar o rádio e a TV.
São as águas de março fechando mais um verão...
Chove e nada mais se vê.
É um espinho na mão, é um corte no pé...
Será o fim do caminho?
Falando de música, de cultura, de arte.
Haja passos e pontes!!!
Para que atualmente, possamos encontrar alguma pérola de tamanha genialidade poética!
Como diz Rita Lee, a nossa rainha roqueira: " Tudo vira bosta ".
É o funk, é o BBB, é a cabeça vazia, é um não sei porque.
É o fim da picada, é a lama é a lama.
 Alba Simões
Para saber mais detalhes sobre vida e obra do Maestro Tom Jobim acesse o Link:http://pt.Wikipedia.org/wiki/%C3%81guas_de_Mar%C3%A7o

12/11/2011

“Liberdade, Liberdade!”


Liberdade, Liberdade, de Millôr Fernandes e Flávio Rangel
Cartaz da Peça: Liberdade, Liberdade, de Millôr Fernandes e Flávio Rangel
O Teatro Brasileiro e a Censura": 4ª Edição
“Liberdade, Liberdade!”
Obra pioneira do teatro de resistência, denuncia de forma lírica a opressão que dominou o país nos anos de chumbo da ditadura. Trata-se de vários textos que falam do direito à liberdade. Os textos são adaptações de outras obras, e conseguem desenvolver uma estrutura dramatúrgica com fragmentos da literatura universal voltados ao tema da liberdade, costurados com músicas da mesma temática e também com algumas piadas. “Liberdade, Liberdade!” Considerada uma obra de destaque que influenciou fortemente a dramaturgia de sua década. 
A realidade instalada no Brasil a partir do golpe de 1964 deu um novo rumo ao teatro de Millôr Fernandes: defensor do livre arbítrio, ele se torna, desde o início, um ferino questionador do esquema repressor que dominava o país. O primeiro fruto desta atitude foi Liberdade, Liberdade, peça escrita com Flávio Rangel.
A obra tentou traduzir o inconformismo da nação perante o arbítrio e a repressão do regime, inaugurando um estilo de espetáculo que viria a ser chamado “teatro de resistência".
Liberdade, Liberdade recorre a 19 personagens para rever e reavaliar este tema, aplicando-o à realidade atual. Em cena, os atores se revezam na interpretação de textos clássicos de autores como Sócrates, Marco Antonio, Platão, Abraham Lincoln, Martin Luther King, Castro Alves, Anne Frank, Danton, Winston Churchill, Vinícius de Moraes, Geraldo Vandré, Jesus Cristo, William Shakespeare, Moreira da Silva e Carlos Drummond de Andrade, entre outros.
O resgate dos períodos históricos passa também por 30 canções ligadas ao assunto, interpretadas ao vivo por uma banda musical. Nas palavras de Cecília Meirelles, também parte do texto, o espetáculo trata da “liberdade, essa palavra que o sonho humano alimenta, que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda”.
A colagem de textos de vários autores numa peça de dramaturgia já era adotada no teatro moderno, mas, à época no Brasil, se constituía numa novidade.
Embora bastante questionado na época, por ser mais um show do que propriamente uma peça de teatro, Liberdade, Liberdade revelou-se uma iniciativa seminal, que influenciou fortemente a dramaturgia da década. 
"Um clássico da dramaturgia brasileira e um espetáculo que grita por um mundo melhor e mostra os dias difíceis da ditadura e o resgate da historia política brasileira. "O espetáculo traz um panorama sobre a idéia de liberdade na arte, na cultura e na política, oferecendo ao espectador a oportunidade de rever e repensar o tema. Ele sai do teatro com muito mais perguntas do que resposta, o que considero muito mais transformador e instigante". (Flavio Rangel)
“Liberdade, essa palavra
que o sonho humano alimenta,
que não há ninguém que explique
e ninguém que não entenda.” (Cecília Meirelles)
* * *
“Não concordo com uma só palavra do que dizeis, mas defenderei até a morte vosso direito de dizê-las”. (Voltaire, filósofo francês)
* * *
“Pode-se enganar algumas pessoas todo o tempo; pode-se enganar todas as pessoas algum tempo; mas não se pode enganar todas as pessoas todo o tempo.”
(Abraão Lincoln, presidente norte-americano)
* * *
“O mal que os homens fazem vive depois deles. O bem é quase sempre enterrado com seus ossos.” (Shakespeare)

17/09/2011

De Braços Abertos: Maria Adelaide Amaral

 “O Teatro Brasileiro e a Censura": 3ª Edição
Dando continuidade a série, selecionamos a peça: De Braços Abertos, 1984  homenageando um grande ícone da Dramaturgia Brasileira: Maria Adelaide  Amaral.
Autora de várias  obras literárias e teatrais de sucesso que inclui 14 peças.
Das quais se destacam: Resistência, 1974 que foi sua estréia profissional nos palcos; Bodas de Papel, 1976 (recebendo os prêmios Moliére, Ziembinsky, Governador do Estado e da Associação dos Críticos de Arte na categoria melhor autor nacional); Chiquinha Gonzaga, 1982; De Braços Abertos, 1984 e Querida Mamãe, 1994; todas vencedoras do Moliére de melhor autor nacional.
A Resistência reproduz o ambiente de redação de uma revista em decadência, na qual a autora trabalhava, tendo como pano de fundo o clima político de 1970. A peça se desenvolve em um único dia de trabalho, sugerindo duas realidades complementares, as angústias, esperanças, descontentamentos dos jornalistas em relação à empresa, à carreira, ao cotidiano e à atmosfera de repressão política e cultural, cuja realidade se impõe de maneira indireta, mas indisfarçável. 
Em De Braços Abertos, Maria Adelaide Amaral soube muito bem captar estas recentes conquistas das mulheres, que provocavam tanto desconforto nos homens daquela geração. Tendo como pano de fundo – e não passando disso – ecos do momentopolítico anterior ao do tempo do texto teatral, fins da ditadura militar no país, a dramaturga desdobra os poucos acertos e muitos erros de um casal cujo maior problema residia na independência de Luísa e na não aceitação dessa mulher emergente por
Sérgio Vincenzo ainda destaca a importância dada a psicologia das personagens e como ela também foi muito bem recebida (e recomendada) por psicólogos  e psicanalistas a casais com problemas em seus relacionamentos. 
Seguindo esse traço psicológico da relação entre Sérgio e Luísa, Ana Lúcia de Andrade ressalta como a ação do texto se concentra toda no “(des) encontro do casal”.
“Tudo gira em torno do problema de como se maneja a afetividade em uma cultura que parece negá-la”. Desse modo, Andrade coloca uma outra questão que é somada a nova mulher emergente de que fala Vincenzo em sua crítica a respeito das mulheres independentes. Essa questão se deve ao fato de tanto Sérgio, como também Luísa não assumirem profundamente a relação, nem socialmente, pois continuam amantes, nem emocionalmente, já que passam boa parte se seu tempo juntos “disparando farpas” um contra o outro.
"De Braços Abertos aponta mais uma vez para as dificuldades de relacionamento dos seres humanos. No caso, um amor ameaçado pelo ciúme, a frustração, as diferenças de classe social, e envolto num clima de permanentes provocações e desavenças, acirrando o sofrimento recíproco."
De Braços Abertos é considerada até hoje a mais bem-sucedida montagem de um texto de Maria Adelaide Amaral. Foi bastante comentada e resenhada pela crítica teatral e também literária. O crítico teatral Sábato Magaldi quando da realização do espetáculo,disse que : De Braços Abertos tem a virtude de fazer uma análise paradigmática da relação de um casal, consumida pelos desajustes inevitáveis. Transcende as circunstâncias específicas de um caso amoroso, para dar-lhe um cunho genérico, interessando a quaisquer espectadores que um dia tiveram uma experiência semelhante. Pelos seus valores humanos e artísticos.
A peça elevou Maria Adelaide ao primeiro plano da  dramaturgia brasileira.
O texto teatral de De Braços Abertos tem uma trama centrada na relação entre o casal, seja no passado da relação vivida, seja no presente do reencontro depois de cinco anos. Toda a ação se dá a partir das experiências vividas por Sérgio e Luísa. Embora a perspectiva seja feminina, da “visão de uma mulher não integrada ao sistema patriarcal”
O interesse central da peça se dá na vida íntima de um casal de amantes e sua relação com o amor que sentem um pelo outro. Dessa forma, mesmo sendo o ponto de vista de Luísa claramente predominante, o olhar de Sérgio “vaza” através dos diálogos e, principalmente, de seus solilóquios. Portanto, em De Braços Abertos, tanto Luísa quanto Sérgio, têm o poder de defender seu ponto de vista e dar seu testemunho do que foi o relacionamento do casal de amantes um para o outro. O passado e o presente vão se revezando, mostrando o casal nos tempos da relação e seu reencontro (sem reconciliação) cinco anos depois.
Recomendamos que você assista o vídeo da entrevista com a Autora, Dramaturga e Novelista: Maria Adelaide AmaralOnde ela fala da sua vida, o começo da sua carreira de escritora, suas técnicas para escrever e a inspiração para a criação de seus personagens.

Para conhecer a Biografia completa, Obras e Prêmios da Escritora e Dramaturga Maria Adelaide Amaral acesse o Site 

27/08/2011

Besame Mucho de Mário Prata

O Teatro Brasileiro e a Censura
Selecionamos para esta edição: A peça Besame Mucho de Mário Prata.
Um breve resumo escrito pelo próprio autor e para ilustrar este artigo, algumas cenas da peça em vídeo.


Besame Mucho (A peça) Retrata a amizade fraternal de dois rapazes por mais de três décadas. É escrita de trás para frente, iniciando por um final trágico, em 1982, e terminando pelo início, em um baile de formatura, em l962, numa cidade do interior, ou seja, a trama se desenvolve quando os anos dourados também são de chumbo, mas, mais do que isso, reflete, além da repressão da ditadura, as repressões sexuais devido aos ensinamentos religiosos. As cidades do interior eram filiais do Vaticano. A maioria dos colégios era de religiosos e tudo era pecado. Os amigos são Xico e Tuca, que namoram Olga e Dina. O próprio Mário Prata informa que se trata de uma história de amor entre quatro pessoas, sem as quatro paredes. O jogo é aberto. Assim, o palco é, muitas vezes, dividido em dois planos. Xico se torna escritor e casa com Olga, que é intelectual. Tuca permanece no interior e casa com Dina. O primeiro casal vive um drama de criatividade. Ele é o escritor, mas ela, socióloga, é quem escreve para ele. Dina, em virtude da repressão sexual exercida pelas freiras, revela-se fria, não consegue ter orgasmo, até que, fantasiando, se veste de Marilyn Monroe, quando explode de prazer e, daí para frente, o casal passa a fantasiar cada vez mais. Transformam-se em outras pessoas, como um mendigo, um chofer, etc., vestindo-se e falando como estes. Uma curiosidade: os contra-regras também representam ao mudar o cenário, são chamados de ele e ela, um bolinando o outro na penumbra entre atos. É uma peça dentro da peça. Como disse, a tragicomédia começa pelo fim, que não vou revelar, para não irritar o possível espectador ou leitor, mas posso revelar o fim, que é o início romântico da amizade/amor entre Xico e Tuca. Não um amor homossexual, mas, nas palavras do próprio autor, um homotermurismo: ternura entre pessoas do mesmo sexo, palavra que ele espera entrar um dia para o dicionário do Aurélio. Tudo ao som do Besame Mucho
Fonte da Imagem: http://torlonistar.blogspot.com/2010/07/relembre-christiane-torloni-no-filme.html
( Tivemos que reeditar esta postagem, pois o primeiro vídeo com cenas da atriz Christiane Torloni e o ator Antonio Fagundes, que protagonizaram o Filme "com excelente  interpretação, foi retirado da veiculação pelo proprietário do mesmo no YouTube. )

Que ao soar a terceira campainha, o palco possa ecoar:

“Toda e qualquer forma de expressão da Arte e de seus Criadores.”

By Arte e Café

26/08/2011

O Teatro Brasileiro e a Censura


Na década de 70 a censura imposta pelo governo militar chega ao auge. Os autores são obrigados a encontrar uma linguagem que drible os censores e seja acessível ao espectador.
Nessa fase, surge toda uma geração de jovens dramaturgos cuja obra vai consolidar-se ao longo das décadas de 70 e 80:
Destacamos os autores abaixo relacionados e suas respectivas peças que tiveram seus textos tolhidos pelas ordens ditatoriais:
Mário Prata (Bésame mucho),
Fauzi Arap (O amor do não),
Antônio Bivar (Cordélia Brasil),
Leilah Assunção (Fala baixo senão eu grito),
Consuelo de Castro (Caminho de volta),
Isabel Câmara (As moças),
José Vicente (O assalto),
Carlos Queiroz Telles (Frei Caneca),
Roberto Athayde (Apareceu a margarida),
Maria Adelaide Amaral (De braços abertos),
João Ribeiro Chaves Neto (Patética),
Flávio Márcio (Réveillon),
Naum Alves de Souza (No Natal a gente vem te buscar)
Não poderíamos deixar de citar obras que também marcaram esta época:
Como as montagens feitas, em São Paulo, pelo argentino Victor García: ''Cemitério de automóveis'', de Fernando Arrabal, e ''O balcão'', de Jean Genet.
Quando nesta última, ele chega a demolir internamente o Teatro Ruth Escobar para construir o cenário, uma imensa espiral metálica ao longo da qual se sentam os espectadores. 
Nas próximas semanas estaremos publicando vídeos sobre estes espetáculos, edição de reportagens, trechos destas maravilhosas obras e seus respectivos autores.
Quem quiser colaborar com a edição desta série e possua algum material inédito ou mesmo já veiculados sobre estas peças teatrais, pedimos que entrassem em contato.
Pois é de relevante importância para o resgate e a divulgação da nossa memória cultural!
A proposta estará aberta até o final do mês de Setembro para possíveis colaboradores.
Em retribuição divulgaremos os seus links ou sites.
E também empresas e eventos, profissionais da área artística, como forma de agradecimento!
A nossa Historia, a nossa Arte e a nossa Cultura é o grande patrimônio que devemos preservar para as gerações futuras!
By Arte e Café