"Não lemos e escrevemos poesia porque é bonitinho. Lemos e escrevemos poesia porque somos membros da raça humana e a raça humana está repleta de paixão. E medicina, advocacia, administração e engenharia, são objetivos nobres e necessários para manter-se vivo. Mas a poesia, beleza, romance, amor... é para isso que vivemos." Extraído do Filme: (Sociedade Dos Poetas Mortos)
Nossa homenagem a todos os educadores, mestres e professores.
Aqueles que fazem da profissão, o maior instrumento de transformação de uma sociedade que eticamente pensa, reflete e age com a grande virtude da sabedoria !
Liberdade, Liberdade, de Millôr Fernandes e Flávio Rangel
Cartaz da Peça: Liberdade, Liberdade, de Millôr Fernandes e Flávio Rangel
O Teatro Brasileiro e a Censura": 4ª Edição
“Liberdade, Liberdade!”
Obra pioneira do teatro de resistência, denuncia de forma lírica a opressão que dominou o país nos anos de chumbo da ditadura. Trata-se de vários textos que falam do direito à liberdade. Os textos são adaptações de outras obras, e conseguem desenvolver uma estrutura dramatúrgica com fragmentos da literatura universal voltados ao tema da liberdade, costurados com músicas da mesma temática e também com algumas piadas. “Liberdade, Liberdade!” Considerada uma obra de destaque que influenciou fortemente a dramaturgia de sua década.
A realidade instalada no Brasil a partir do golpe de 1964 deu um novo rumo ao teatro de Millôr Fernandes: defensor do livre arbítrio, ele se torna, desde o início, um ferino questionador do esquema repressor que dominava o país. O primeiro fruto desta atitude foi Liberdade, Liberdade, peça escrita com Flávio Rangel.
A obra tentou traduzir o inconformismo da nação perante o arbítrio e a repressão do regime, inaugurando um estilo de espetáculo que viria a ser chamado “teatro de resistência".
Liberdade, Liberdade recorre a 19 personagens para rever e reavaliar este tema, aplicando-o à realidade atual. Em cena, os atores se revezam na interpretação de textos clássicos de autores como Sócrates, Marco Antonio, Platão, Abraham Lincoln, Martin Luther King, Castro Alves, Anne Frank, Danton, Winston Churchill, Vinícius de Moraes, Geraldo Vandré, Jesus Cristo, William Shakespeare, Moreira da Silva e Carlos Drummond de Andrade, entre outros.
O resgate dos períodos históricos passa também por 30 canções ligadas ao assunto, interpretadas ao vivo por uma banda musical. Nas palavras de Cecília Meirelles, também parte do texto, o espetáculo trata da “liberdade, essa palavra que o sonho humano alimenta, que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda”.
A colagem de textos de vários autores numa peça de dramaturgia já era adotada no teatro moderno, mas, à época no Brasil, se constituía numa novidade.
Embora bastante questionado na época, por ser mais um show do que propriamente uma peça de teatro, Liberdade, Liberdade revelou-se uma iniciativa seminal, que influenciou fortemente a dramaturgia da década.
"Um clássico da dramaturgia brasileira e um espetáculo que grita por um mundo melhor e mostra os dias difíceis da ditadura e o resgate da historia política brasileira. "O espetáculo traz um panorama sobre a idéia de liberdade na arte, na cultura e na política, oferecendo ao espectador a oportunidade de rever e repensar o tema. Ele sai do teatro com muito mais perguntas do que resposta, o que considero muito mais transformador e instigante". (Flavio Rangel)
“Liberdade, essa palavra
que o sonho humano alimenta,
que não há ninguém que explique
e ninguém que não entenda.” (Cecília Meirelles)
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“Não concordo com uma só palavra do que dizeis, mas defenderei até a morte vosso direito de dizê-las”. (Voltaire, filósofo francês)
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“Pode-se enganar algumas pessoas todo o tempo; pode-se enganar todas as pessoas algum tempo; mas não se pode enganar todas as pessoas todo o tempo.”
(Abraão Lincoln, presidente norte-americano)
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“O mal que os homens fazem vive depois deles. O bem é quase sempre enterrado com seus ossos.” (Shakespeare)
Teatro Municipal de São Paulo reabre as portas para o público em junho
Lucas Nobile - O Estado de S.Paulo
O prefeito Gilberto Kassab (PSD) sancionou na manhã desta sexta-feira, 27, a lei de criação da Fundação Teatro Municipal de São Paulo. No evento, realizado na prefeitura, com a presença de diversos secretários municipais, como o da cultura, Carlos Augusto Calil, também foram anunciadas a programação para o ano e a data de reabertura do teatro, marcada para 10 e 11 de junho, para convidados, e dia 12 do mesmo mês, para o público.
Teatro completa cem anos no dia 12 de setembro
Na cerimônia, também foi apresentado pelo secretário municipal de Desenvolvimento Urbano Miguel Bucalém o projeto de construção de um estacionamento que ficará nas esquinas das ruas 24 de Maio e Conselheiro Crispiniano. O edifício, com área total de 12 mil m² e nove andares, atenderá o público no entorno do teatro e também terá uma passagem subterrânea com acesso direto ao Municipal.
O teatro, que havia passado por reformas em 1956 e em 1988 (até 1991), completa cem anos no dia 12 de setembro e está fechado desde julho de 2008 para reformar a fachada e o interior, com destaque para o palco e a parte cenotécnica, considerada obsoleta e que impedia, por exemplo, que óperas e outras grandes produções pudessem ser apresentadas. “Como vocês sabem, o principal o atraso nas obras do palco é que trouxe a reabertura a esta data. Tivemos dificuldades na licitação da reforma do palco, mas agora poderemos ter um aumento da produção artística e receber espetáculos mais complexos. Trata-se de uma tecnologia que nós ainda não dominamos, mas nosso funcionários acompanharam todo o processo e estarão aptos a desempenhar suas funções”, disse o secretário municipal de Cultura, Carlos Augusto Calil.
Um autor célebre, calculando os bens e os males da vida humana, e comparando as duas somas, achou que a última ultrapassa muito a primeira, e que tomando o conjunto, a vida era para o homem um péssimo presente. Não fiquei surpreendido com a conclusão; ele tirou todos os seus raciocínios da constituição do homem civilizado. Se subisse até ao homem natural, pode-se julgar que encontraria resultados muito diferentes; porque perceberia que o homem só tem os males que se criou para si mesmo, o que à natureza se faria justiça. Não foi fácil chegarmos a ser tão desgraçados. Quando, de um lado, consideramos o imenso trabalho dos homens, tantas ciências profundas, tantas artes inventadas, tantas forças empregadas, abismos entulhados, montanhas arrasadas, rochedos quebrados, rios tornados navegáveis, terras arroteadas, lagos cavados, pantanais dissecados, construções enormes elevadas sobre a terra, o mar coberto de navios e marinheiros, e quando, olhando do outro lado, procuramos, meditando um pouco as verdadeiras vantagens que resultaram de tudo isso para a felicidade da espécie humana, só nos podemos impressionar com a espantosa desproporção que reina entre essas coisas, e deplorar a cegueira do homem, que, para nutrir o seu orgulho louco, não sei que vã admiração de si mesmo, o faz correr ardorosamente para todas as misérias de que é susceptível e que a benfazeja natureza havia tomado cuidado em afastar dele.
Os homens são maus, uma triste e contínua experiência dispensa a prova; entretanto, o homem é naturalmente bom, creio havê-lo demonstrado. Que será, pois, que o pode ter depravado a esse ponto, senão as mudanças sobrevindas na sua constituição, os progressos que fez e os conhecimentos que adquiriu? Que se admire quanto se queira a sociedade humana, não será menos verdade que ela conduz necessariamente os homens a se odiarem entre si à proporção do crescimento dos seus interesses, a se retribuir mutuamente serviços aparentes, e a se fazer efectivamente todos os males imagináveis. Que se pode pensar de um comércio em que a razão de cada particular lhe dita máximas directamente contrárias àquelas que a razão pública prega ao corpo da sociedade, e em que cada um tira os seus lucros da desgraça do outro?Não há, talvez, um homem abastado ao qual os seus herdeiros ávidos, e muitas vezes os seus próprios filhos, não desejem a morte, secretamente. Não há um navio no mar cujo naufrágio não constituísse uma boa notícia para algum negociante; uma só casa que um devedor de má fé não quisesse ver queimada com todos os documentos; um só povo que não se regozijasse com os desastres dos vizinhos. É assim que tiramos vantagens do prejuízo dos nossos semelhantes, e que a perda de um faz quase sempre a prosperidade do outro. Mas, o que há de mais perigoso ainda é que as calamidades públicas são a expectativa e a esperança de uma multidão de particulares: uns querem as moléstias, outros, a mortalidade; outros, a guerra; outros, a fome.
(...) O homem selvagem, quando acabou de comer, está em paz com toda a natureza, e é amigo de todos os seus semelhantes. Se, algumas vezes, tem de disputar o seu alimento, não chega nunca ao extremo sem ter antes comparado a dificuldade de vencer com a de encontrar noutro lugar a sua subsistência; e, como o orgulho não se mistura ao combate, ele termina por alguns socos. O vencedor come e o vencido vai procurar fortuna noutra parte, e tudo está pacificado. Mas, no homem da sociedade, é tudo bem diferente; trata-se, primeiramente, de prover ao necessário, depois, ao supérfluo. Em seguida, vêm as delícias, depois as imensas riquezas, e depois súbditos e escravos. Não há um momento de descanso. O que há de mais original é que, quanto menos as necessidades são naturais e prementes, tanto mais as paixões aumentam, e o que é pior, o poder de as satisfazer. De sorte que, após longas prosperidades, depois de haver devorado muitos tesouros e desolado muitos homens, o meu herói acabará por tudo arruinar, até que seja o único senhor do universo. Tal é, abreviadamente, o quadro moral, senão da vida humana, pelo menos das pretensões secretas do coração de todo homem civilizado.
Comparai, sem preconceitos, o estado do homem civilizado com o do homem selvagem, e investigai, se o puderdes, como além da sua maldade, das suas necessidades e das suas misérias, o primeiro abriu novas portas à miséria e à morte. Se considerardes os sofrimentos do espírito que nos consomem, as paixões violentas que nos esgotam e nos desolam, os trabalhos excessivos de que os pobres estão sobrecarregados, a moleza ainda mais perigosa à qual os ricos se abandonam, uns morrendo de necessidades e outros de excessos; se pensardes nas monstruosas misturas de alimentos, na sua perniciosa condimentação, nos alimentos corrompidos, nas drogas falsificadas, nas velhacarias dos que as vendem, nos erros daqueles que as administram, no veneno do vasilhame no qual são preparadas; se prestardes atenção nas moléstias epidêmicas oriundas da falta de ar entre multidões de seres humanos reunidos, nas que ocasionam a nossa maneira delicada do viver, as passagens alternadas das nossas casas para o ar livre, o uso de roupas vestidas ou despidas sem precauções, e todos os cuidados que a nossa sensualidade excessiva transformou em hábitos necessários, e cuja negligência ou privação nos custa imediatamente a vida ou a saúde; se puserdes em linha de conta os incêndios e os tremores de terra que, consumindo ou derrubando cidades inteiras, fazem morrer os habitantes aos milhares; em uma palavra, se reunirdes os perigos que todas essas causas acumulam continuamente sobre as nossas cabeças, sentireis como a natureza nos faz pagar caro o desprezo que temos dado às suas lições.
Jean-Jacques Rousseau, In 'Discurso Sobre a Origem da Desigualdade'
Eu nascia da surpresa, Agora na previsão; Eu não saia de casa, Agora vou para creche; Eu namorava alguém, Agora estou ficando; Eu decorava tudo, Agora uso o Google; Eu jantava na hora da família, Agora do microondas; Eu fazia passeatas, Agora nem serenata; Eu escolhia uma faculdade, Agora estudo em várias; Eu queria ser doutor, Agora inventor; Eu saia de casa cedo, Agora sou canguru; Eu casava lá pelos vinte, Agora quase aos quarenta; Eu jamais me separava, Agora só divorcio; Eu me aposentava aos cinqüenta, Agora mudo de profissão; Eu morria aos setenta, Agora tenho morte lenta; Se alguém me perguntar o que vou fazer agora, Antes por favor me responda: Afinal que raios é a globalização?
Jorge Forbes
Video de DIvulgação do módulo "A psicanálise do século XXI. Lacan para desesperados da crise" Café Filosófico 2009
No dia 23 de Abril comemora-se o dia mundial do livro e dos direitos de autor.
Neste dia também é comemorado: Dia de São Jorge, do livro e da rosa na Catalunha.
No dia de São Jorge, uma rosa e um livro. Esta tradição, que combina o fato religioso, a rosa como símbolo do amor e o livro como símbolo da cultura, transformou o dia 23 de Abril na data mais comemorada, por todos os catalães. Como todas as tradições bem enraizadas, muitas vezes é seguida e vivida pelo povo sem que se conheça a sua origem. Por isso, fazemos aqui uma aproximação às origens desta tradição que todos os catalães, dentro e fora da Catalunha, compartilhamos e comemoramos todos os anos.
São Jorge: Dia do livro e da rosa
É muito difícil definir a data exata que marcou o início da tradição popular de oferecer rosas no dia de São Jorge. Deve ser muito antiga, já que, desde o século XV há constância da celebração da Feira das Rosas no dia de São Jorge. Esta mesma antiguidade traz a tentação de buscar uma relação entre uma tradição popular e o simbolismo do amor cortês que a rosa representa. Mais além das possíveis teorias que possam justificar a tradição, o mais importante é que se tenha mantido viva e seja um símbolo indiscutível da Catalunha. Em 1926 a Espanha instaurou o dia 23 de Abril como Dia do Livro pois esta data coincide com a morte de Cervantes, imitando a Inglaterra que já o celebrava no mesmo dia porque também coincide com a morte de Shakespeare. A celebração enraizou-se rapidamente em Barcelona e estendeu-se na Catalunha, mas o propósito oficial diluiu-se ao coincidir com o dia do Santo Padroeiro. Enquanto em outros lugares se mantinha de maneira muito escassa ou desaparecia, na Catalunha tornou-se um dos dias populares mais celebrados e ao mesmo tempo ajudou muito a potenciar a difusão e a venda do livro catalão. Assim, na Catalunha o 23 de Abril é o dia de São Jorge, da rosa e do livro: o dia do Santo Padroeiro, do amor e da cultura. É, decididamente, um dia de civismo, de cultura e de respeito entre todas as pessoas que vivem na Catalunha e, por extensão, todas as pessoas e todas as culturas do mundo.
23 de Abril: Dia mundial do livro e dos direitos de autor
A Conferência geral da UNESCO, reunida em Paris, considerando que o livro foi historicamente o instrumento mais potente de difusão dos conhecimentos, que todas as iniciativas para promover a difusão do livro são um fator de enriquecimento cultural, que uma das formas mais eficazes de promoção do livro é organizar todos os anos "O dia do livro", e constatando que esta fórmula ainda não fora adotada a nível internacional, em 15 de Novembro de 1995 proclamou o dia 23 de Abril "Dia mundial do livro e dos direitos de autor".
Texto elaborado por Pep Camps, da Unidade de Comunidades Catalãs do Exterior, da Generalitat de Catalunya. Março de 2003.
Comemora-se a 27 de março, o Dia Mundial do Teatro, uma arte que nasceu do rito, seja ele religioso, fúnebre, festivo, civil ou de guerra. Os povos primitivos por meio da dança costumavam exprimir seus estados emocionais e dramatizar situações, notadamente relacionadas com a luta do homem contra o destino, as forças da natureza, o sexo e a vingança.
Atribui-se a Téspis, no século VI A C, esta invenção genial que veio possibilitar o trânsito da primeira forma lírica e narrativa, para uma tentativa de representação dramática. Atribui-se a ele, também, a invenção de um carro que funcionava como um teatro portátil, e levava as representações às praças públicas. Em tais oportunidades, Téspis mascarava seus atores com unturas de borra de vinho, tornando-se também o precursor das famosas máscaras gregas. É dele, ainda, a introdução no coro, ( que era realmente o que constituía a parte representativa da antiga tragédia) de um ator que iria narrar as ações de um personagem ilustre, para desta forma, não parando a ação do teatro, permitir com que o coro obtivesse um breve descanso em seu contínuo trabalho. Sua obra foi também, a precursora da informação e do jornalismo, já que Téspis captava nas aldeias e cidades por onde passava, estórias e notícias daquela localidade e as transformava no texto que iria apresentar na aldeia ou cidade para onde estivesse se dirigindo. Tais informações chegaram até nós através de Horácio, em sua "Arte Poética", escrita cinco séculos após.
A arte no geral criou a conceituação de ser vanguarda e precursora das conquistas sociais e políticas das civilizações que se seguiram até nós. Não deve andar a reboque de nada e de ninguém. Deve ater-se aos fatos, narrar acontecimentos, procurar conscientizar a sociedade na busca de melhores caminhos que a conduzam ao que Bertold Brecht propôs em sua obra : o homem como parceiro do homem, na procura do bem comum, da paz e do progresso da humanidade. A arte que costuma incensar os governantes, que produz o chamado "besteirol", que não coloca a cabeça do espectador para pensar e raciocinar, é uma arte comprometida com o retrocesso, voltada unicamente para o lucro fácil das bilheterias, descompromissada com o futuro e inimiga do progresso dessa mesma humanidade.
Neste particular o teatro brasileiro, salvo raras exceções, nos dias que correm, está mais voltado para ser retaguarda, abdicando da sua missão de ser a vanguarda cultural e social. É bom que se diga que vivemos hoje, tempos difíceis, onde a censura econômica tomou o lugar da censura ideológica que vigorou nos tempos do regime militar, como a denunciar uma ditadura invisível travestida de conceitos democráticos. Porém, é sempre bom lembrar que a cultura brasileira, mais precisamente o teatro e a música popular, produziram nos anos de chumbo aquilo que conceituo como melhor período de nossa produção artística. Driblando a censura, optando por caminhos alegóricos, mas sempre denunciando a opressão e o cáos social, transformando o regime de então, na grande musa inspiradora. Celebramos neste 27 de março mais um Dia Mundial do Teatro, com as apreensões de sempre, mas, voltando a Téspis, o primeiro dramaturgo de que se tem notícia, a quem pertence a criação de um diálogo entre o coro e um ator que personificava Dionísios. Tal personagem, recebeu a denominação de "hipocrates", que significava, o respondedor. Tal diálogo, presenciado por Solon, o teria deixado perplexo a ponto de indagar Téspis, se não tinha vergonha de se fazer passar por outra pessoa, de mentir publicamente daquele modo. Em resposta, Téspis disse a Solon que não havia mal algum em suas palavras ou em sua conduta, porquanto tratava-se apenas de um jogo, ao que Solon respondeu : "Mas se aceitamos e aprovamos o jogo, terminamos por encontrá-lo transformado em realidade em nossos contratos." Com o tempo a palavra "hipocrates", deu lugar a um novo significado : hipócrita, fingido, mentiroso. Que no futuro, os criadores da cultura cênica de hoje, não venham a ser reconhecidos por tal terminologia, ao "aceitar docemente" as atuais regras do jogo. Sempre é tempo de pensar e mudar.
Autor:Cartos Pinto
Jornalista
Secretário Municipal de Cultura de Santos
27/03/2001
“Um povo que não ajuda ou não fomenta o seu teatro, se não está morto, está moribundo”
" O professor não ensina, mas arranja modos de a própria criança
descobrir. Cria situações-problemas"
.( Jean Piaget )
Um livro pode ser nosso sem nos pertencer. Só um livro lido nos pertence realmente".
( Eno T. Wanke )
"De que adiantará um discurso sobre a alegria se o professor for um triste?"
( Artur da Távola )
"Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, ofendendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda."
( Paulo Freire )
"Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende"
.(Guimarães Rosa)
"Ao brincar com a criança, o adulto está brincando consigo mesmo"
.( Carlos Drummond de Andrade )
"Educar é de certo modo transformar um animal humano em cidadão".
( Ferreira Goulart )
Aos Virgens, para aproveitarem o Tempo
Colham as rosas enquanto podem,
O Tempo passa voando;
E a flor que sorri agora,
Amanhã cai murchando
O sol, glorioso farol nos céus,
Alto elevando-se,
Em breve ao fim da jornada,
Logo vai declinando..
A melhor idade é a primeira,
Tendo no sangue os ardores;
Passa a mocidade, e os piores
Tempos afastam os melhores..
Não sejam tímidos, usem o Tempo,
E, enquanto podem, sejam amados:
Tendo perdido os primores,
Ficarão sempre atrasados.
Robert Herrick
Homenagem de Arte e Caféa todos os educadores,mestres e professores.
Aqueles que fazem da profissão, o maior instrumento de transformação de uma sociedade que éticamente pensa, reflete e age com a grande virtude da sabedoria !
"(...)Ah, Deus, e que tudo venha e caia sobre mim, até a incompreensão de mim mesma em certos momentos brancos porque basta me cumprir e então nada impedirá meu caminho até a morte-sem-medo, de qualquer luta ou descanso me levantarei forte e bela como um cavalo novo".
Clarice Lispector Perto do Coração Selvagem Créditos Vídeo:ESTEEHMEU
Em diversos momentos da formação social da humanidade passamos por crises que causaram a detração do direito primordial do homem à democracia. Nesses momentos, poucos realmente se levantaram contra essa opressão e fizeram de seu pensamento, uma luz de esperança para aqueles que necessitavam. É nesse ponto em que a vida e obra de Bertold Brecht expressa toda sua riqueza e importância para nossa sociedade moderna e para suas futuras gerações. O dramaturgo foi um militante e intelectual que dirigiu todos seus esforços para a construção da liberdade de pensamento e manutenção de uma sociedade mais justa, em defesa dos oprimidos.
Discutir a vida e obra de Bertold Brecht é fazer uma reflexão incontestavelmente humana e ácida sobre uma sociedade moderna e indiferente. Somos colocados diante de uma obra que nos leva a uma posição questionadora dessa realidadeconcreta em que vivemos. A obra do dramaturgo mundialmente reconhecido reflete a luta contínua e inconfundível do ser humano sensibilizado por uma sociedade verdadeiramente livre.
A obra de Brecht entrelaça-se e é influenciada radicalmente pela vida conturbada levou em seu tempo. Nascido em 10 de Fevereiro de 1898, em Augsburgo na Alemanha, Bertold Brecht logo entraria em contado com os fatos que certamente o tornariam um defensor das causas humanas: a Primeira e Segunda Guerra Mundial.
As influências desses tempos sombrios na vida de Brecht não são uma casualidade qualquer. O dramaturgo serviu como enfermeiro na primeira guerra mundial, e com essa experiência teve contato com o que pior a guerra pode oferecer: a fome, a repressão e os massacres. Estas experiências afetaram profundamente seu estilo livre de denunciar as atrocidades cometidas pela humanidade.
A forma militante de escrever e criticar a opressão sobre sociedade daqual fazia parte, juntamente com a sua conversão ao socialismo, provocou uma intensa perseguição do regime nazista. Tal repressão levou o autor apassar diversas dificuldades de ordem financeira e de segurança que posteriormente levou ao exílio.
Se o gosto pelos livros aumenta com a inteligência, os perigos, como vimos, diminuem com ela. Um espírito original sabe subordinar a leitura à actividade pessoal. Ela é para ele apenas a mais nobre das distrações, sobretudo a mais enobrecedora, pois, só a leitura e o saber conferem «as boas maneiras» do espírito. O poder da nossa sensibilidade e da nossa inteligência, só o podemos desenvolver dentro de nós próprios, nas profundezas da nossa vida espiritual. Mas é nesse contacto com os outros espíritos que a leitura é, que se faz a educação das "maneiras" do espírito. Os letrados permanecem, apesar de tudo, como as pessoas notáveis da inteligência, e ignorar um determinado livro, uma determinada particularidade da ciência literária, será sempre, mesmo num homem de génio, uma marca de grosseria intelectual. A distinção e a nobreza consistem na ordem do pensamento também, numa espécie de franco-maçonaria de costumes, e numa herança de tradições. Marcel Proust